Tesourinha e Sexo Entre Vulvas: Prazer Além do Que Nos Ensinaram

Tesourinha, tribadismo, colar velcro, scissoring… são muitos os nomes para descrever uma prática que faz parte da imaginação e da vivência sexual de muitas pessoas: o ato de friccionar as genitálias, geralmente entre duas pessoas com vulva. Para algumas, a tesourinha é sinônimo de prazer intenso e conexão. Para outras, não faz tanto sentido assim. E tudo bem. Mas o que vale observar é o quanto nossa percepção sobre essa prática — e sobre o sexo entre vulvas em geral — é moldada por uma cultura falocêntrica, que insiste em dizer que só existe “sexo de verdade” quando há um pênis envolvido. Desde cedo, somos ensinadas a ver o prazer feminino como algo secundário. O sexo entre duas mulheres é frequentemente apagado, invisibilizado ou reduzido a “preliminares” — como se fosse um ensaio para o que realmente importaria: a penetração com um pau de carne. Esse pensamento, profundamente enraizado em uma sociedade machista, afasta muitas mulheres da possibilidade de explorar suas próprias formas de prazer com liberdade.

Nem toda sapatão roça — e tá tudo certo

A verdade é que muitas de nós crescemos sem referências, sem conversas abertas e sem educação sexual inclusiva. Por isso, é comum que a tesourinha seja cercada de dúvidas, receios ou até um certo estranhamento. Não é que não gostamos da prática — muitas vezes, é que sequer aprendemos que ela existe ou como ela pode ser prazerosa. E quando falamos em sexo entre vulvas, estamos falando sobre uma infinidade de possibilidades: fricção, oral, massagens, carícias, respiração, toque… o prazer vai muito além da penetração, e está nos detalhes, na entrega, na criatividade e na sintonia entre corpos.

Vibradores: aliados do prazer entre vulvas

E por falar em criatividade, os vibradores podem ser grandes aliados nessa jornada. Eles não substituem nada nem ninguém — mas somam. Seja para usar sozinha, a dois ou a três, os vibradores ajudam a explorar novas sensações, intensificar o prazer e quebrar tabus. Na própria tesourinha, por exemplo, vibradores com design anatômico e pensado para encaixar entre vulvas, podem tornar a prática ainda mais intensa. Eles permitem que ambas recebam estímulos ao mesmo tempo, potencializando o orgasmo e aprofundando a conexão. Além disso, explorar o próprio corpo com um vibrador também é uma forma poderosa de autoconhecimento. Saber o que te excita, o que te dá prazer, o que te faz gozar… é revolucionário. E quanto mais nos conhecemos, mais conseguimos compartilhar com outras mulheres experiências verdadeiramente prazerosas.

Sexo lésbico é sexo, sim.

Desconstruir o que nos ensinaram sobre sexo é um caminho longo, mas necessário. Precisamos nos libertar das ideias enraizadas na cisheteronormatividade e abrir espaço para conversas reais sobre o que é prazer para mulheres que se relacionam com outras mulheres. O sexo entre vulvas é completo, é válido, é potente. Ele não precisa de validação masculina, nem de roteiro padrão. Precisa apenas de presença, consentimento, afeto — e, se quiser, um vibrador ali do ladinho. Vamos continuar falando sobre isso, desmistificando, trocando experiências e construindo, juntas, uma vivência sexual mais livre e real para nós? 

 

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